Fomos carinho desde o primeiro dia. Não pedíamos nada ao outro, nos entendíamos mesmo que nada saísse de nossas bocas. Nos aceitávamos mesmo quando confundíamos palavras, trocávamos olhares. O ideal seria se andássemos com passos iguais, um ao lado do outro, eu sei. Seria se nem tu andasse um passo à frente, nem eu quisesse correr. Nem um nem outro. Nos alternávamos; por hora eu te puxava, por outras me chamavas. Enquanto me admitia criar duas faces até certo tempo, me magoando por saber que eu da mesma forma que chegava em casa, estava contigo. Me admitia só ter certeza depois que eu te dissesse. Não encontrei tua iniciativa, teu impulso de falar, se abrir, arriscar. Tudo bem que fosse por partes, que viesse um som de cada vez, que fosse feito de passos mansos e delicados. Não veria problema algum, afinal de contas cada um tem seu tempo. E ninguém gosta de empurrões.
Mas eu lembro da frase de que ainda me diria muito mais do que escrevesse. Nada é o que parece ser, eu também não devo ser o que pareço; Não me afasto por não querer, me afasto por não poder.
"A vida é a arte do encontro, embora hajam tantos desencontros nessa vida" Vinícius de Moraes
quarta-feira, 10 de março de 2010
por hoje, por ontem, anteontem; os contras
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