quinta-feira, 11 de março de 2010

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O pior não é ouvir o que não se gosta, não é se contradizer, exagerar, ser pessimista ou positivo demais. O pior é não ouvir. Quem não tenta não sabe. (...)
Não é por nada, não faço pra ser bonito, não falo por falar.
Eu não consigo acreditar que não houvesse nada pra dizer. Se foi assim fácil, como quem cancela um convite pro fim de tarde de uma sexta-feira, então que se vá. Mais uma vez, se não for pra ser sincero, então que não seja, que volte.
Não era te pedir demais, que parasse por um segundo de fumar o teu cigarro numa tentativa de se acalmar ou silenciar tua vontade.
Não era te pedir demais, que não me perguntasse mais nada e simplismente falasse tudo ou parte do que tinha em mente, independente de que fosse ser o oposto do que eu penso ou que fosse tentar de tudo com estranhas palavras.
Não era te pedir demais, que não voltasse pra casa e transformasse em letras o que pensas, mas que colocasse em palavras por meio de sons.
Não era te pedir demais, que usasse dessas tuas frases para resolver o que houvesse entre nós, e não só o que os teus amigos te perguntam.
Não era te pedir demais, que pensasse por uma visão de quem está de fora, ou de quem está do outro lado.
Parecem muitos pedidos, mas tudo isso é uma coisa só; é o mínimo da consideração.
Foi a mesma coisa que nada, o mesmo que covarde, o mesmo que vazio. (...)

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"(...) A menina comentava durante todo o tempo em que estavam na estrada, do quanto achara bonito aquele caminho, como haviam àrvores e como a cachoeira que corria junto ao carro a encantava. Ela contava tudo aquilo que essa natureza a lembrava, falava de tudo aquilo que ainda poderiam fazer quando voltassem por lá outra vez.
Ele, sem entender, indignado perguntou como ela podia ver tanta beleza em meio a todo aquele lixo, tanto descuido, a única coisa que ele conseguia imaginar era a hora em que ele chegaria em casa.
E dessa forma, foram repetindo suas explicações, questionando um ao outro sem encontrar entendimentos. E chegaram em casa.
Passaram semanas, meses. Eles não se falaram mais, até que ele volta àquele lugar, só que no lado em que ela viera sentada da última vez. Olhando pela janela, se deu conta de que a estrada tem dois lados; e que ela é larga demais para que se consiga enchergá-los ao mesmo tempo. Olhou pela janela e viu tudo aquilo que ela havia elogiado.(...)"

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