quinta-feira, 18 de março de 2010

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É quase cruel escrever isso. Pois não são reencontros mal recebidos, nem primeiras decepções. Não são amores mal terminados ou surpresas desagradáveis. Não sei se foram ou se ainda são tudo aquilo. Mas foram vidas compartilhadas mesmo que por telefone, enquanto a distância preenchia o lugar da convivência. Agora as coisas parecem estar mudando.
Mesmo que por um caminho de pedras, estavam lá, de mãos dadas. Foram e são irmãs, por escolha, antes mesmo que isso fizesse parte de sua consciência. Não precisam nem de olhares para se entenderem porque se desvendam na ausência, elas conversam mentalmente. Chegavam a sonhar com suas angústias, fazendo se darem conta de que precisariam tomar alguma decisão. Não conheceram a raiva entre elas, não deram motivo algum para a vaidade. Mas hoje tropeçam no mais pequeno detalhe e no mais conhecido defeito.
Tirariam a própria roupa se acaso o outro passasse frio. São muitas histórias para meses ou até mesmo anos que fiquem em branco. Acontece que basta uma semana sem ouvir o "tudo bem" para que sintam uma falta desigual, por mais que se conheçam.
É muito amor pra ser levado por uma consequencia da vida. "Mas apesar de tudo são escolhas", ela me diz. Mas me escuta, não deixem que o óbvio da parte má do ser humano interfira naquilo que sempre houve uma certeza mesmo no meio de tantas dúvidas. E essa certeza sempre as salvou. Essa certeza confirmava a felicidade nas vezes em que não a encontravam.

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