segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Oma et euq ies ue.

Acredito que toda raiva vem do medo, seja ele qual for. (...)

Não idealizo nenhuma relação comum a nós, nunca fomos isso. Fácil é o caminho que sempre desviamos. (...)
Te encolhe como se quisessem te agredir, mas por fim é tu quem o fazes, não pelos teus gestos brutos, eles eu sei ter história, mas agrides pela tua eterna insatisfação. Não enxergas felicidade naquilo que não concordas. Agrides pela mudança na tua respiração, pelas vezes em que teus olhos, tua boca e tua mente caminham em direções opostas.
Conto nos dedos os abraços que nos demos, entre eles ainda não encontrei um que fora leve ou natural. Também não vou mentir dizendo que é isso o que me falta, porque sei das inúmeras outras maneiras que demonstramos afeto, as únicas das quais conheci, sem o toque.
Muitas vezes te enxerguei como uma criança carregando um mundo nas costas, muitas vezes pedindo um colo ou uma palavra segura, palavras que aos outros passavam despercebidas. (...)

Sei que existe amor. Sei que o esquecemos jogado em algum canto da casa. Meu medo é que o tenhamos perdido... Talvez um dia o encontremos já na busca por outro. (...) Hoje me desculpe se passo por fria, mas não encontrei outra forma de amenizar o que ouvi ou o que dissemos. Já não me parece estar disposto a conhecer as coisas como elas são de verdade. Me parece ter a certeza de que sou feita de raiva e saudades. (...)
Me preucupa o amanhã, "conformar" não é a palavra que quero seguir.
Vejo na rua estes milhares de "nós" passarem por mim, me fazendo lembrar de ti. Sei que neles também existem diferenças, talvez por isso que estimule a mim mesma criar imagens do nosso "nós" do futuro. Eu, ao teu lado.(...)
A convivência tende a fortalecer laços afetivos, mas já não me recordo da pele do teu rosto, não tenho boas lembranças das vezes em que nos olhamos. Fazemos disso um jogo onde não se ganha. Não tenho pressa, não há motivos pra correr, a não ser pela vontade de fugir que de vez em quando vem nos visitar, mas sabemos que se a vida nos uniu não iremos contra a sua escolha. Ainda assim nos desgastamos, nos ferimos em lugares que não cicatrizam mais. Minhas lágrimas não secaram, porém não encontro nenhum sentido em deixá-las caírem.

Me disseram que tenho lacunas que não foram preenchidas, e que tenho de encontrar uma maneira que as preencha. Porém a única coisa que procuro é uma maneira delas não tomarem conta do que está firme, pois sinceramente, elas sempre estarão comigo, assim como as rugas que tens nos cantos dos olhos, das quais me dissera marcarem os sorrisos que deste. Aqueles dos quais eu trago em minha mente como as minhas fotografias que eu sei que guardas contigo.
E através destes segredos acreditamos, nos conhecemos.

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