Era um aperto dentro do meu peito. Aqueles que não há o que te digam, não há o que te conforte, aqueles em que o tempo virá se tornar teu melhor amigo, teu ombro. Um aperto que fez com que o vento aos poucos controlasse a minha respiração.
Palavras que não precisavam ser ditas misturadas com gestos que não saíram de dentro dele. Ele se esquivou, saiu do meu encontro, mas voltou. Voltou com tudo aquilo que eu pensei que tivera sido repensado ou amenizado, continuava. Continuava intenso. Trazia um rancor e um pedido de socorro que nem ele mesmo sabe de onde vem, o egoísmo dele tomou conta da conversa, um monólogo pra ser sincera. Era como se eu não estivesse ali, como se ele não estivesse ali também, mas disso ele não sabe até hoje.
Queria tanto poder acordar daquele breve sonho, eu queria na verdade poder te acordar. Queria te sacudir com muita raiva, desespero e amor. Mas eu não sinto raiva... Venho cada vez mais entendendo que não cabe mais a mim te explicar.
Claro que eu também não podia fugir. Palavras trocadas e sentimentos confundidos.
Tu não estavas te referindo a mim, eu me conheço. Não estou sendo hipócrita. Não tenho porque fugir de mim mesma, só que essa não era eu. Falavas de outro alguém que tua mente criou para teu consolo de tirar a culpa das tuas costas. Eu não fiz parte desse abandono.
Tu vai e volta... Não sabe o que quer ao certo. Age como se pudesse apagar a última cena, como se pudesse escolher as melhores partes ou as que o favorecem mais.
Meu Deus eu não aguento. Me diga que vai embora, me diga que não quer saber de mais nada. Se quiser pode dizer que vai ficar de longe me observando.
Mas só te peço uma coisa; não me digas nada por dizer apenas pra te confortar com meu silêncio, nem achar que sente meus pensamentos. Não! Tu não sentes meus pensamentos.. O egoísmo pode te cegar, te confundir, mas ele não é involuntário.
Não havia motivos para continuarmos assim, eu já pensei que houvessem, mas certas coisas não dependem só de mim.
Não puxe meu braço, não faça disso teu teatro. Não crie saudades onde não há mais intimidade, onde tu estimula a distância e me busca quando bem entende. Não há abraços a serem trocados quando a única coisa que há entre nós é um imenso vazio.
Saí tranquila e indignada. Saí calma mas querendo ter lágrimas para chorar por desespero.
Mas eu me descobri livre. Descobri o meu amor por mim mesma.
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