sábado, 30 de janeiro de 2010

_A

Incrível como tudo se torna pequeno quando o lado humano fala mais alto. Vejam que o amor realmente nos une. Não apenas o de marido e mulher, mas aquele por consideração. Que não espera nada em troca. Até pelo simples fato de não se saber o amanhã, de se sentir melhor pelo agora, pelo hoje, pelo que temos, não pelo que queremos.
Não se quer, nem se pode, dar um passo maior que a perna. Eles apenas estavam ali escutando e se sentindo não mais tão só. Alguns estão sós de fato, mas agora estamos juntos. Entendendo que o outro, por mais errado que esteja, também faz parte desse elo.
E que se essa foi a escolha feita, e eles sem querer os escolhidos, cabe a eles decidir o caminho a ser seguido. Todo o resto se torna invisível, é abandonado todo e qualquer apego ao que não é humano. Ainda há incertezas, mas cada vez menos por si próprio. (...)
Palavras não explicariam o sentimento de gratidão vista em cada olhar.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

are you

Não somos surdos nem cegos, mas permanecemos calados. Não estamos com pés nem mãos atados, ninguém está segurando nossas mãos, não há nada interrompendo nossa passagem. Mas continuamos aqui.
Como se o trem tivesse passado três vezes por nós mas ainda assim estivéssemos esperando.
Então vou voltar pra casa, vou seguir viagem. Vou tomar um banho, assistir um filme, jogar conversa fora e deitar cedo. Assim mesmo, como se não tivesse nada pra hoje.
Vou caminhar... começando pela beira da praia, sem saber aonde vou e nem se vou voltar. Vou apagar telefonemas, esquecer tardes de sol, jogar pela janela fotografias.
Não se preucupe. Não será inesperado e nem te pegarei de surpresa, já que quando temos algo precioso nas mãos continuamos colecionando pedras.

(...)

Então cante para mim. Deixe cair pelo caminho algo que me indique como será. Deixe no ar o teu perfume ainda que o quarto esteja vazio. E que esse mesmo vento ainda me traga notícias. Que por meio desses, encontremos alguma explicação que nos sacie.
Que seja sincero e apenas agradável, antes que bom e ilusório. Enquanto for, que fiques aqui para tocar.
As voltas que o ponteiro faz me valem apenas de distração. Então continue com as palavras... Mesmo que eu esteja atrasada, continue, ainda assim estarei te ouvindo.
Não ligue para o que os outros te disserem. A voz que sussurra ao nosso ouvido já nos trás escolhas o suficiente. Aliás, se nem nós sabemos aonde estamos indo, não serão os outros que nos indicarão o caminho.
O vento só sopra a favor de quem sabe aonde vai.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

what's a day

E quando nos faltar, é só abrir um pouco a cortina que logo aparece.
Mas não é amplo assim..
Certas coisas tem que ser renovadas a todo nascer do sol, tem de haver vontade não por costume, mas por necessidade. Por olhos reluzentes(...)

O impossível, é uma questão de opinião.

Porque será assim? Minha mente acelerou tanto comparado à velocidade com que os outros me indicam os fatos. Não digo que foi ela, talvez tenha sido eu mesma embalada ao som das minhas vontades, enganada pelos próprios passos. Talvez eu tenha deixado cair o outro lado da balança, ou apenas tenha dado meia volta e quando notei ela já não estava mais lá, no lugar onde a havia deixado.
É incrível como aos olhos de quem vê, tudo se torna simples, enquanto nós enxergamos um universo de possibilidades em nossos pensamentos.
E nessa rede balançando pela brisa, continuamos deitados.
Nesse limo em pedras, continuamos caminhando.
Mesmo dentro d'água, tentamos correr.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

-Boa Vida

Acho que é assim mesmo, um bicho estranho. Ainda assim existe a ciência pra desvendar as intenções por debaixo dos atos, ainda se ensaia na mente as primeiras conversas.
Tentamos levar da maneira mais inteligente, mesmo sendo ela estúpida. Nos enganamos. Embaixo dos cabelos, dos belos rostos, da atenção que prende nossos olhares, também há sangue que corre.
Do outro lado da rua, também existem problemas. Hoje aquele que tu encontraste, também sente medo. Ela, que te viu crescer, andando sempre um passo a frente para te amparar, também se sente carente de palavras por alguns momentos. Quem te dá a mão não quer dizer ser o mais confiante.
Mas assim, é como um prisma de sentimentos, um dado de lados infinitos, mas temos de deixar um lado para cima. Jogando do mesmo jogo, sem vencedor, e seguindo regras opostas.
Os pobres são pobres de fome, e os ricos de liberdade.
A verdade nunca vem como primeiro capítulo, ela chega nas últimas páginas, quando já se está envolvido com o livro. Quando acha que se conhecem, apenas se entendem.
E o tempo, entre todos, não escolhe o lado de ninguém, não cria afinidades, joga por ele mesmo uma partida que não tem fim, sendo por hora traiçoeiro, prazeroso hoje e angustiante amanhã. E na cabeça de seus adversários ainda acham que ele recomeça toda segunda-feira.

Forjei-me

Assim; Tantas intenções, quando se segue não se concentra, quando se para se confunde. Inimigos por necessidade, íntimos estranhos, luta de máscaras até o fim do interessante.
Durante; o entusiasmo, a espera, a vaidade, os inquietos, a monotonia e a euforia.
Depois; o reclame, a lembrança, o equilíbrio transparente.
Antes; a falta, a busca e a bicicleta na garagem.
A felicidade é um estado imaginário.
-Procura alguma coisa?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vulgares

Não existo pela metade, também não quero nada dessa forma.
Se não for pra ser lembrado então que nem comece. Prazer momentâneo de nada me serve, sendo assim existe a nostalgia. Não preciso passar o tempo.
Que seja então apenas formal, bonito só em fotografia.

Um cara chamado destino

Quero saber de ti. Com quem andas e o que tu procuras. O que te diverte, o que te trará sorrisos e à quem tu vais recorrer.
Criar uma nova realidade também pode ser fugir de outra. Será em vão toda e qualquer boa oportunidade se por ela não houver um bom objetivo.
Que essa conversa ao telefone seja lembrada como um fio de ouro que ultrapasse a nossa distância, não só a que o oceano nos impõe, mas a de nossas diferenças e paixões. Que ela não se torne real em nossos pensamentos, apenas em nosso corpo físico.
Andando de costas não se enxerga o caminho.
(...)

True

Não existe ninguém que valha a pena a não ser nós mesmos.
Não é o que nos demonstram, é a maneira como os exergamos.
Deixar-se conduzir às coisas como realmente são não é envolver nossa vontade ao que ouvimos.
As coisas nos afetam como nós as permitimos.

A voz me fez enxergar

Não me contou como havia passado nem o que fizera ontem, não relembrou as tardes de sol nem as viagens que fizemos, tivemos.
Apenas me confirmou que vale a pena.
Me mostrou que vale a pena continuar, mesmo sabendo que provavelmente acabe cedo o que pra nós era tão especial, único.
Que é preciso cada gota de suor, cada segundo que passamos inquietos, cada impulso de um abraço, que devemos chegar ao nosso limite de sentidos e sentimentos.
Devemos nos testar e nos descobrir dia e noite.
Caminhando como em uma estrada sem rumo.
Ela não tornou mais fácil, ela complicou. Me encheu de perguntas por meio de suas explicações, mesmo não sendo essa sua intenção. Mas me deu a primeira resposta entre tantas conversas sem fim.
Aliás, nós nos mostramos tão pouco comparado àquilo que sentimos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Home

As folhas pararam e as nuvens acalmaram o sol...
Mas calma, espera... Não demora muito e vem o vento nos trazendo escolhas.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

?

Perderemos este gosto por cada segundo que vivemos, ou com o passar dos anos daremos mais valor ao tempo? Corremos esse risco.
Sei que amamos, choramos, rimos, conversamos... mas qual a real importância disso em nossas vidas? Será que quando houver distância iremos recordar, ouvir aquela música ou apenas iremos rir do quanto éramos ingênuos?
Hoje sabemos o que nos faz bem, mas não sabemos ao certo o que nos nutre. Me dizem amor, mas qual forma de amor? As mesmas pessoas que dizem acreditarem nele, em ser aquilo que nos une, constroem um muro de preconceitos em torno de si, e derrubá-lo não seria leviano, passageiro, ou imaturo, mas apenas seria se permitir sentir o que há na essência de cada um, sem confundirmos sentimentos com vaidades.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Oma et euq ies ue.

Acredito que toda raiva vem do medo, seja ele qual for. (...)

Não idealizo nenhuma relação comum a nós, nunca fomos isso. Fácil é o caminho que sempre desviamos. (...)
Te encolhe como se quisessem te agredir, mas por fim é tu quem o fazes, não pelos teus gestos brutos, eles eu sei ter história, mas agrides pela tua eterna insatisfação. Não enxergas felicidade naquilo que não concordas. Agrides pela mudança na tua respiração, pelas vezes em que teus olhos, tua boca e tua mente caminham em direções opostas.
Conto nos dedos os abraços que nos demos, entre eles ainda não encontrei um que fora leve ou natural. Também não vou mentir dizendo que é isso o que me falta, porque sei das inúmeras outras maneiras que demonstramos afeto, as únicas das quais conheci, sem o toque.
Muitas vezes te enxerguei como uma criança carregando um mundo nas costas, muitas vezes pedindo um colo ou uma palavra segura, palavras que aos outros passavam despercebidas. (...)

Sei que existe amor. Sei que o esquecemos jogado em algum canto da casa. Meu medo é que o tenhamos perdido... Talvez um dia o encontremos já na busca por outro. (...) Hoje me desculpe se passo por fria, mas não encontrei outra forma de amenizar o que ouvi ou o que dissemos. Já não me parece estar disposto a conhecer as coisas como elas são de verdade. Me parece ter a certeza de que sou feita de raiva e saudades. (...)
Me preucupa o amanhã, "conformar" não é a palavra que quero seguir.
Vejo na rua estes milhares de "nós" passarem por mim, me fazendo lembrar de ti. Sei que neles também existem diferenças, talvez por isso que estimule a mim mesma criar imagens do nosso "nós" do futuro. Eu, ao teu lado.(...)
A convivência tende a fortalecer laços afetivos, mas já não me recordo da pele do teu rosto, não tenho boas lembranças das vezes em que nos olhamos. Fazemos disso um jogo onde não se ganha. Não tenho pressa, não há motivos pra correr, a não ser pela vontade de fugir que de vez em quando vem nos visitar, mas sabemos que se a vida nos uniu não iremos contra a sua escolha. Ainda assim nos desgastamos, nos ferimos em lugares que não cicatrizam mais. Minhas lágrimas não secaram, porém não encontro nenhum sentido em deixá-las caírem.

Me disseram que tenho lacunas que não foram preenchidas, e que tenho de encontrar uma maneira que as preencha. Porém a única coisa que procuro é uma maneira delas não tomarem conta do que está firme, pois sinceramente, elas sempre estarão comigo, assim como as rugas que tens nos cantos dos olhos, das quais me dissera marcarem os sorrisos que deste. Aqueles dos quais eu trago em minha mente como as minhas fotografias que eu sei que guardas contigo.
E através destes segredos acreditamos, nos conhecemos.

domingo, 10 de janeiro de 2010

old

É estranho. Mas eu já não quero ouvir, não sei se vou entender, não sei se vão me entender. Enquanto eu penso em conversas sem sons meu corpo age por ele mesmo. como se fosse fora de toda e qualquer realidade, não que não seja de verdade, mas esquecemos dos sons ao lado de fora da janela, não se ouve a conversa de quem está ao nosso lado, como uma bolha que nos envolve. não que nos prenda, mas que nos aproxime, como um raio de sensações.

O vazio que me parece cheio

como quando o mar recua para a imensa onda que virá. mas esta não destrói, ela alimenta. (...) me questiona, me conhece, me provoca, como se me testasse para chegar a lugar nenhum. (...)
não é malícia, não há nenhum plano arquitetado por trás da nossa distância, insegurança. estamos aqui porque queremos, porque caminhamos até aqui. se me trouxeram, então deixei que me encontrassem.
não há motivos para recuar, não digo que será maravilhoso, não há pedidos a serem esperados, nem promessas a serem feitas. mas se vivemos para somar, não há porque subtrair toda e qualquer emoção.
não, também não é imaturo. que ironia, se é exatamento isso que somos. mas somos somente se nos compararmos àqueles de amanhã. para o nosso tempo, neste momento, diria que essa é a velocidade certa, que até pensamos demais, nós sentimos demais.
nós nos sentimos, temos olhos que filtram, olhos que param enquanto todos se movem. temos olhos que pensam, olhos que estão ligados diretamente ao coração, mas ainda assim são racionais. isso somos nós. esta é a nossa fotografia, esses olhos que também são nossos ouvidos, nossa boca. dizem que estamos certos demais, dizem que estamos errados demais (...) mas eles estão do lado de fora dos nossos olhos, eles não sabem de nós.

sábado, 9 de janeiro de 2010

hello (...)

enquanto eu penso em conversas sem sons meu corpo age por ele mesmo. como se fosse fora de toda e qualquer realidade, não que não seja de verdade, mas esquecemos dos sons ao lado de fora da janela, não se ouve a conversa de quem está ao nosso lado, como uma bolha que nos envolve. não que nos prenda, mas que nos aproxime, como um raio de sensações.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

abra os olhos por favor

me acordando no meio da noite, me pedindo aquilo que não tinha pra dar, me tocando onde machuca, sendo leviano. buscando intensidade, querendo um romantismo, buscando algo novo, que fosse diferente, mas partindo de sí próprio apenas, apenas da tua vontade, queria algo que curasse teus espaços em branco. tu já não me falas mais nada, me despeja palavras. me pede quase que faça por ti, que ignore meus limites, minha maneira. não me diga que tudo isso fez parte de nós dois. isso era o oposto de nós dois.
teu limite acaba quando começa o do outro. não estou dizendo que existem regras, não quero que sigas um padrão, talvez nem sequer exista um ideal.
mas eu estava só pensando em consideração.

adeus até logo

Era um aperto dentro do meu peito. Aqueles que não há o que te digam, não há o que te conforte, aqueles em que o tempo virá se tornar teu melhor amigo, teu ombro. Um aperto que fez com que o vento aos poucos controlasse a minha respiração.
Palavras que não precisavam ser ditas misturadas com gestos que não saíram de dentro dele. Ele se esquivou, saiu do meu encontro, mas voltou. Voltou com tudo aquilo que eu pensei que tivera sido repensado ou amenizado, continuava. Continuava intenso. Trazia um rancor e um pedido de socorro que nem ele mesmo sabe de onde vem, o egoísmo dele tomou conta da conversa, um monólogo pra ser sincera. Era como se eu não estivesse ali, como se ele não estivesse ali também, mas disso ele não sabe até hoje.
Queria tanto poder acordar daquele breve sonho, eu queria na verdade poder te acordar. Queria te sacudir com muita raiva, desespero e amor. Mas eu não sinto raiva... Venho cada vez mais entendendo que não cabe mais a mim te explicar.
Claro que eu também não podia fugir. Palavras trocadas e sentimentos confundidos.
Tu não estavas te referindo a mim, eu me conheço. Não estou sendo hipócrita. Não tenho porque fugir de mim mesma, só que essa não era eu. Falavas de outro alguém que tua mente criou para teu consolo de tirar a culpa das tuas costas. Eu não fiz parte desse abandono.
Tu vai e volta... Não sabe o que quer ao certo. Age como se pudesse apagar a última cena, como se pudesse escolher as melhores partes ou as que o favorecem mais.
Meu Deus eu não aguento. Me diga que vai embora, me diga que não quer saber de mais nada. Se quiser pode dizer que vai ficar de longe me observando.
Mas só te peço uma coisa; não me digas nada por dizer apenas pra te confortar com meu silêncio, nem achar que sente meus pensamentos. Não! Tu não sentes meus pensamentos.. O egoísmo pode te cegar, te confundir, mas ele não é involuntário.
Não havia motivos para continuarmos assim, eu já pensei que houvessem, mas certas coisas não dependem só de mim.
Não puxe meu braço, não faça disso teu teatro. Não crie saudades onde não há mais intimidade, onde tu estimula a distância e me busca quando bem entende. Não há abraços a serem trocados quando a única coisa que há entre nós é um imenso vazio.
Saí tranquila e indignada. Saí calma mas querendo ter lágrimas para chorar por desespero.
Mas eu me descobri livre. Descobri o meu amor por mim mesma.

way back

Por essa necessidade de sermos amados e de nos sentirmos especiais que às vezes nos enganamos, escolhendo de quem vamos receber todo aquele conforto, aquele abraço inesperado. Certas coisas não se escolhe, não se espera. Não se diz um "eu te amo" esperando o "eu também", isso é pouco, é fútil.
Eu não preciso de palavras diretas, de frases prontas que podem perder a validade através das vezes em que não nos encontramos. De nada me serve promessas nem planos. Nada disso é necessário, se em algum momento houve sinceridade entre os olhares, então não existem nomes, nem há uma definição, apenas aquelas teorias formadas que de nada valem quando a respiração acelera. E nada disso explica. É um conjunto.. de cheiros, de gostos, de risos, de toques, de vazio no telefone, de encontros, de desencontros, de silêncio. De surpresa e de saudade.

teus olhos vermelhos não te bastam

Não quero que mude por mim, espero que mude por sí próprio, não por aqueles que convivem contigo, não por aqueles em quem tu pensas antes de dormir. Quero que tu olhe, e enxergue realmente tudo aquilo que tu causas e tudo aquilo que tu deixas causarem em ti. Quero que se molde à vida sim, mas pelo sentimento, pela tua consciência, pela importância, não pelas palavras, não pelo meu toque.
Hoje eu não sei. E vou continuar te dizendo que não quero saber, porque não quero ouvir o que não é pensado. Tu não pensas antes de falar, partes apenas de um impulso infantil de justificativa. Isso não me serve, não me adianta. Eu não quero desculpas, não quero choro, não quero um abraço de reconsiliação. Eu só quero sorrisos tranquilos, quero liberdade, quero do fundo do meu coração que tu te sintas sempre à vontade na minha presença. Meu maior desejo a ti é que esquecas desse rancor que guardas. Não quero problemas por incomodações, não quero saber o que te falaram muito menos o que viram. O que tinha pra te dizer eu ja te disse. Agora não há mais o que explicar, só há o que viver. Agora só há o que sentir e com quem falar, com quem se amar. Não existem despedidas, eu não conheço essa palavra.

o outro

Se está tudo dentro de nós, por quê buscamos do lado de fora algo que nos complete?

sem nome

Que frustrante. essa mania de te sentir, de ter prazer, de estar sempre querendo. essa natureza do ser humano de estar sempre buscando algo novo. esta imensa busca pelo desconhecido. ou esta fuga do desconhecido, de tudo aquilo na nossa cabeça venha a nos machucar, aquilo que não sabemos ao certo se é seguro, se é real. mas se está logo ali, é real, é só abrir os olhos. (...)

cedo demais no tempo certo

Não tem o que te explicar, nao tenho o que te dizer. ela está ali, ele também. e parece que isso basta. pelo menos por hoje.

R

nosso (in)comum

Como a rotina me cansa, como a gente se acustuma, como a gente reclama. nos adaptamos, nos auto-programamos. tenho que dormir, tenho que deixar meu corpo se reabastecer de energia para o amanhã. para continuarmos. tenho que parar de pensar nos problemas que não resolvi. tenho que parar de criar problemas. problemas dos quais não sei nem se existem personagens. se não são apenas o modo como eu quero ver as coisas, o modo como eu as encaro, o modo como eu as sinto. do modo pelo qual me ensinaram ou do modo pelo qual eu aprendi. ou do medo.

incompleta

(...) o impulso, a vontade, a falta, a coragem, de aparecer na tua casa em uma tarde ensolarada. porque nas de chuva eu fico em casa olhando os pingos caírem na minha janela. (...) pensando no que teria acontecido, o que eu teria dito, o que tu terias feito, no que nós diríamos aos nossos amigos, isso se disséssemos alguma coisa. (...) tu já acordaste, já conversou, já encontrou alguém por acaso. então fico só na vontade. mas vontade é pensamento, e pensamento ainda é individual, não cabe a lembrança de duas pessoas. e o acaso... bem, o acaso não existe.